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Kadett: Veterano de guerra nas ruas brasileiras

Embora tenha sido lançado no Brasil com uma proposta moderna e atualizada, a história da Kadett começa na década de 1930, no mercado alemão. Fabricado desde 1936 sob o nome de Kadett, o modelo foi interrompido durante a Segunda Guerra Mundial, quando a linha de produção foi apropriada pelo governo alemão.

Kadett

Desde então, o modelo recebeu diversas gerações, nomes diferentes e locais de produção até chegar ao Kadett E, que foi o modelo trazido para o Brasil com o nome original do carro (diferentemente do que havia acontecido com o Chevette, que recebeu nome próprio, embora fosse um Kadett, em sua essência).

Foi em 1989, mais de cinco décadas após a primeira geração do modelo, que o veículo chegou ao Brasil, onde ficaria por nove anos sendo vendido como um carro atual e diferenciado, somando quase meio milhão de unidades vendidas, incluindo sua perua.

Motorização e mecânica do Kadett

Além do design arrojado e de uma proposta moderna para o mercado da época, a parte mecânica do Kadett também era um diferencial, na época de seu lançamento. Com opções de motor 1.8 e 2.0, com 95 e 110 cavalos, respectivamente, era um carro bastante impressionante, para sua categoria.

Talvez mais interessante do que sua potência, propriamente dita, fosse o sistema o pneumático de auxílio aos amortecedores. Em resumo, o dispositivo inovador resumia-se a bolsas de ar que nivelavam o carro e sua carga, de acordo com a calibragem (feita manualmente) estabelecida pelo proprietário.

Chevrolet Kadett

A parte ruim estava na eficiência do combustível: o motor 2.0, embora tivesse um desempenho de potência relativamente bom, consumia álcool de maneira quase exagerada. Em velocidade superior a 100 km/h, o tanque de 47 litros poderia apresentar uma autonomia em torno de 200 quilômetros, o que significava um desempenho de cinco quilômetros a cada litro de álcool consumido.

Ipanema: a perua do Kadett

Se o Kadett aposentou um modelo ao consolidar-se no mercado brasileiro, nada mais natural do que esperar que a perua da época também recebesse a aposentadoria – e foi isso que aconteceu com a Marajó, a perua do Chevette, que já encontrava-se bastante desatualizada no mercado nacional.

Chevrolet Ipanema

Assim, a Kadett Caravan alemã chegou ao Brasil com o nome Ipanema, aposentando a perua que – na Europa – era duas gerações mais velha do que o novo modelo. Surpreendentemente, a Ipanema não apresentava um design tão avançado quanto seu carro de passeio, mas certamente trazia linhas corajosas para o mercado.

As modificações traseiras, necessárias para transformar o Kadett em uma perua, traziam ângulos bastante retos e janelas laterais generosas. A escolha resultava em um grande espaço interno, especialmente para a carga, o que deu mercado significativo para o modelo.

Modernização

Após o lançamento de sucesso, foi necessário tornar o Kadett mais atual, tanto em relação ao consumo, quanto em relação a questões ecológicas e tecnológicas, para tentar manter-se à frente da concorrência em sua proposta.

A principal solução veio com o lançamento da versão GSi, em 1991, com a introdução de elementos quase futuristas, como o painel digital para praticamente todas as leituras do motor. Embora este painel não fosse, de fato, mais eficiente do que sua versão analógica, apresentava um grande passo no sentido de passar um ar mais atual ao modelo, prolongando sua vida.

Aposentadoria

Após uma quase aposentadoria antecipada no ano de 1995, pelo Astra, o futuro do Kadett já era sabido. Naquele ano, mudanças bruscas na política de impostos brasileira fizeram com que o Astra durasse alguns meses no mercado e fosse retirado, devolvendo espaço ao Kadett.

Em 1998, no entanto, o Astra foi devidamente introduzido ao mercado – mais moderno em sua segunda geração – com fabricação nacional, aposentando de maneira definitiva o Kadett no mercado doméstico.

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