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Mobiletes: Conheça essa parte da história sobre duas rodas

As décadas de 70 e 80, no Brasil, são marcadas pela presença de um tipo de veículo sobre duas rodas muito interessante: as mobiletes. O nome mais popular do que hoje entendemos simplesmente por “ciclomotores” marcou toda uma geração de jovens entusiastas e colecionadores a respeito deste veículo estiloso e único.

Consideradas porta de entrada para muitas pessoas no mundo da velocidade sobre duas rodas, muitos passaram a chamar todo ciclomotor do período de Mobilete, mesmo que fossem de marcas distintas.

Originalmente, eram produzidas pela Garelli, e a marca foi posteriormente comprada pela Caloi, que consolidou o estilo no país. Saiba mais sobre as mobiletes, e a história destes ciclomotores pequenos com um passado gigantesco:

O que eram as mobiletes?

Mobilete era o nome dado, na década de 1970 e 1980 para praticamente qualquer ciclomotor encontrado no mercado. Tecnicamente, mobiletes eram apenas os ciclomotores vendidos pela Caloi (e, antes, pela Garelli). Marcas como a Monark, por exemplo, viram o público batizar seus próprios modelos com o nome da concorrência.

Isso gerou um certo caráter icônico em torno do nome. No período, muitos jovens sonhavam em pilotar seu ciclomotor, em função da falta de regulamentação específica para o tipo de veículo.

Em comparação aos ciclomotores atuais, as mobiletes estavam muitos mais próximas de uma bicicleta do que os modelos de hoje. Na prática, pareciam-se estilosas bicicletas motorizadas, que ficaram conhecidas pelo alto nível de modificação de seus donos.

Quase 50 cilindradas

Um dos segredos para o sucesso das mobiletes era a escolha mecânica. A partir de 50 cilindradas, a lei brasileira já considerava o veículo de duas rodas uma motocicleta. Por isso, as mobiletes ofereciam precisamente o necessário para não enquadra-se na categoria. Eram exatamente 49,9 cilindradas no motor.

Com esta característica na motorização, não era necessário nem mesmo emplacar, o que reduzia os custos significativamente. Além disso, um único tanque de gasolina cheio (equivalente a três litros) era suficiente para uma quantidade quase infinita de quilômetros.

Isso permitia que as mobiletes fossem razoavelmente acessíveis, e que sua manutenção não fosse exatamente cara, ao menos no quesito gasolina. Desta forma, tornava-se ideal para jovens entusiastas do mundo sobre duas rodas que ainda não tinham idade suficiente para pilotar uma motocicleta.

Uma história de modificação e adaptação

Uma característica inesperada faz parte da história das mobiletes. Os modelos tornaram-se, rapidamente, populares e objetos de customização entre os usuários. Obviamente, ao se falar de jovens com pouca experiência, em sua grande maioria, isso não significa que as pessoas realmente soubessem o que era a modificação que estavam fazendo.

Para muitos, o objetivo era simplesmente ultrapassar a barreira dos 60 km/h de velocidade máxima. Na tentativa, qualquer coisa era permitida – mesmo que não ajudassem muito no desempenho.

O resultado, em geral, era uma mobilete extremamente barulhenta e que não costumava andar mais rápido do que a versão original. O barulho, no entanto, pareceu popularizar o segmento entre os entusiastas, e é uma das características mais lembradas pelos proprietários da época.

Aposentadoria e transformação em um item de coleção

Com produção encerrada no final da década de 1980, as mobiletes tornaram-se um item de nostalgia importante no mercado de colecionadores de motocicletas e ciclomotores. Cheias de estilo próprio, as máquinas diferenciavam-se por não tentarem parecer motocicletas frágeis.

Isso garantia, a elas, um apelo visual que provavelmente nenhum outro ciclomotor obteve desde então. Embora encontrar uma mobilete em perfeito estado de conservação possa ser difícil, muitos colecionadores fazem o trabalho de recuperar o equipamento e revender.

Trata-se de um ótima opção para quem quer retomar uma antiga memória, ou, ainda, conhecer as mobiletes mais a fundo.

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