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Fiat Elba: a espaçosa e histórica perua presidencial

Com dez anos de produção no Brasil, a Fiat Elba era um carro espaçoso, grande e acessível. Substituiu a Fiat Panorama ao entrar no mercado e foi consideravelmente bem recepcionada.

Além de ser parte importante do mercado de peruas do Brasil e dar espaço para a famosa Palio Weekend, a Fiat Elba tem um valor histórico que provavelmente nenhum outro carro possui na política brasileira: foi pivô do processo de impeachment de um presidente.

Espaçosa e histórica, esta perua pode não ter sido um símbolo de sucesso tão grande quanto foi de escândalo político, mas ainda assim apresentava uma série de vantagens para a sua faixa de preço.

Saiba mais sobre a Fiat Elba e suas características:

Pequena, mas espaçosa

Foto: Carplace/Reprodução
Foto: Carplace/Reprodução

Sendo a perua do Uno, é natural esperar-se que a Fiat Elba não fosse exatamente grande em suas dimensões. Na prática, o carro era menor do que seus principais concorrentes, mas – aproveitando-se das características retilíneas e angulosas do Uno – conseguia ser mais espaçosa do que o resto do mercado.

Tanto em espaço interno para os passageiros, quanto em espaço para o porta-malas, com cerca de 610 litros disponíveis, o carro impressionava pelo volume que gerava dentro de suas dimensões reduzidas.

Memorável pela história, nem tanto pelas vendas

Foto: Carplace/Reprodução
Foto: Carplace/Reprodução

Apesar de ficar rapidamente reconhecida como uma perua de bagageiro de qualidade e espaço, a Fiat Elba não vingou tanto quanto o Uno e o Prêmio (versão sedã da família). Já haviam boas opções disponíveis no mercado, que eram mais atraentes e apresentavam uma performance melhor.

Se a vantagem espacial não foi suficiente para fazer a Elba tomar uma porcentagem significativa do segmento, as notícias e a situação política do país certamente foram o bastante para tornar o modelo parte da história da democracia brasileira.

Sua fama cresceu muito quando chegou à Câmara Federal brasileira uma prova de que o então presidente Fernando Collor havia comprado uma Fiat Elba com o cheque de uma empresa fantasma, cuja origem do dinheiro remetia aos cofres públicos brasileiros.

Com uma oposição absolutamente majoritária nas casas legislativas, foi fácil fazer com que a perua se tornasse pivô no processo de impugnação do mandato do então presidente do país. Foi este o momento em que a Fiat Elba recebeu sua maior quantidade de atenção no mercado nacional – o que, infelizmente, não ajudou a alavancar suas vendas.

Versão de exportação

Um ano após a sua estreia no mercado nacional, a Elba começou a ser exportada junto à versão sedã do Uno. Embora fosse um projeto de perua totalmente brasileiro, o Uno era uma modelo global da montadora italiana, o que não exigia muitas adaptações para poder vender seus derivados no mercado mundial.

Com o nome de Duna Weekend, o modelo foi vendido para uma série de países – para alguns deles, aliás, sob a marca Innocenti, ao invés da Fiat.

Aposentadoria e substituição

Foto: Carplace/Reprodução
Foto: Carplace/Reprodução

Em 1990, o lançamento da Chevrolet Ipanema e a reestilização da VW Parati anunciavam um novo nível de dificuldade para a perua da Fiat, que já sofria para manter-se competitiva em seu segmento.

Nos seis anos seguintes, nenhuma tentativa foi capaz de erguer as vendas do modelo, que acabou aposentando-se em 1996, para a entrada da Palio Weekend no mercado. Curiosamente, a Palio Weekend rapidamente conquistou o primeiro lugar no segmento, onde manteve-se por um longo período de tempo.

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