A Ipanema foi a substituta para a Marajó, em um período onde as peruas atingiam seu nível de maturidade que começaria, em um futuro próximo, a encaminhar-se para o conceito de minivans.
Com motores 1.8 e 2.0, a Ipanema possui todos os requisitos técnicos para colocar a Chevrolet em uma boa posição, na competição pelo mercado de Station Wagons da época, mas pecava em um série de coisas – em especial, em seu exterior, já ultrapassado para seu período de lançamento: 1989.
Conheça mais detalhes sobre a produção, as características e as vendas da Chevrolet Ipanema:
Paradoxo entre exterior e interior
Se, por dentro, a Ipanema era um Kadett, com todo o conforto e qualidade que a Chevrolet oferecia em seu carro na época, e sua dianteira combinava com esta característica, sendo até mesmo, atrativa, a parte traseira destoava de toda a proposta do carro.
Segundo o que a imprensa foi capaz de apurar na época, o problema aconteceu em função de testes aerodinâmicos, que indicavam que uma traseira mais comprida causaria muitas trepidações e complicações para o desempenho e o conforto da Ipanema.
Para resolver o problema sem descaracterizar seu conceito de perua, a Chevrolet optou por fazer um corte totalmente reto e imediato na tampa traseira do veículo – o que dava um certo volume interno adicional para o bagageiro.
Embora a estratégia reduzisse a turbulência e aumentasse o bagageiro, ela rapidamente diminuía o apelo visual do veículo – especialmente em um mercado no qual precisava concorrer, por exemplo, com a Parati da VW, que mantinha-se atualizada e sempre à frente do mercado de peruas.
Isso gerava uma espécie de paradoxo que talvez nenhum outro carro havia atingido: seu conjunto mecânico era bom, sua dianteira agradava, seu carro base vendia bem e era admirado, mas o elemento que caracterizava a Ipanema era justamente seu maior problema.
Confiabilidade e conforto
Tratando-se do interior e da qualidade do veículo, pode-se falar praticamente a mesma coisa. O carro claramente era bem equipado para seu tempo. Os materiais possuíam qualidade e os itens opcionais empolgavam.
O conforto só era atrapalhado por essa manutenção das dimensões da plataforma do Kadett, que dava espaço restrito aos passageiros do banco de trás – especialmente considerando que nesta época o mercado brasileiro ainda mantinha sua paixão inexplicável por carros duas portas.
Sem sucesso nas vendas
Tanto em função da concorrência quanto em função da falta de apelo emocional do carro (como chama-se, na indústria, o aspecto visual em relação às demandas do público consumidor), a Ipanema não conseguiu atingir o sucesso de vendas necessário para assumir uma posição de liderança na categoria.
Para sermos justos com o modelo, é necessário considerar que a Parati ocupou o lugar praticamente desde que foi lançada e que a Ipanema apresentou certa longevidade, considerando as dificuldades de seu segmento, sendo produzida entre 1989 e 1997.
Ao sair de linha, foi substituída pelo Corsa Wagon, que também não conseguiu atingir bons resultados dentro do segmento que viria a ser substituído, no quesito “carro familiar” por mini vans e – após algum tempo – pelas SUVs que dominariam o mercado.
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