Para quem trabalha nas estradas brasileiras, o palavra Jammer deve gerar arrepios a cada vez que é mencionada. O dispositivo desenvolvido para garantir maior segurança e controle em ambientes de risco, tornou-se um dos maiores inimigos de motoristas e transportadoras.
Há quem o considere um movimento de contra-inteligência em relação ao desenvolvimento tecnológico da segurança. Por isso, sua venda e seu uso são teoricamente restritos por lei – o que não quer dizer que a lei seja obedecida.
Entenda o que é, como funciona, quais os riscos e, principalmente, o que fazer contra a ação de um Jammer:
O que é um jammer?
Um Jammer, também conhecido como “Capetinha”, é um aparelho capaz de emitir frequências no ambiente. Isso quer dizer que ele é capaz de, por uma certa área, impedir que outros aparelhos que trabalham na mesma frequência sejam acionados.
Dependendo do nível do Jammer, pode-se bloquear a ação de GPS, rastreadores, celulares e redes diversas. Em outras palavras, ele torna um possível caminhão roubado irrastreável, até mesmo pelo GPS, e seu motorista, se levado junto, incomunicável.
Isso faz com que o caminhão não consiga mais ser recuperado, permitindo a retirada dos equipamentos de rastreamento pelos bandidos em segurança.
Do combate ao crime a ferramenta de criminosos
A triste ironia do uso do jammer está em seu histórico. Em geral, o modelo foi desenvolvido para a não utilização de certos aparelhos em ambientes restritos. Em outras palavras, tratava-se de um aparelho para não permitir que celulares sejam utilizados em presídios, por exemplo.
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O problema é que, além de raramente ser utilizado de maneira adequada nos presídios, o equipamento tornou-se um aliado de ladrões de carga. O desenvolvimento tecnológico de itens de segurança começou a fazer com que os caminhões fossem rapidamente localizados e recuperados através de rastreadores. A solução criminosa foi adotar o jammer como forma de impedir que o roubo fosse localizado.
Como o Jammer é utilizado?
O Jammer é utilizado como uma estratégia de isolamento. Em um roubo padrão, o veículo é tomado pelos criminosos e inicia-se uma fuga. Quando há um rastreador no veículo, basta que uma equipe de busca siga a localização informada, tome o veículo e carga de volta e prenda os criminosos. A menos que eles sejam muito mais rápidos do que qualquer outra equipe, as chances de o roubo dar certo são pequenas, desta maneira.
Com um jammer, no entanto, a perspectiva muda. Ao realizar o roubo, os criminosos ativam o dispositivo. A partir deste momento, equipes de rastreamento e busca tornam incapazes de dizer para que lado o caminhão seguiu, ou onde ele está. Isso garante uma enorme tranquilidade para os criminosos, podendo separar a carga dar diversos destinos ao seu roubo.
Se o Jammer gera tantos problema, por que é vendido?
Legalmente, sua venda e uso são controlados pela ANATEL. Existem modelos permitidos em certas situações, mas não há liberação para que qualquer um compre e utilize o aparelho da forma que bem entender.
Isso não impede, no entanto, que pessoas vendam aparelhos não autorizados – até mesmo online, com fácil acesso. Se você encontrar alguém vendendo o produto de maneira suspeita, pode fazer uma denúncia, para que seja investigada a legalidade do ato.
O que fazer para prevenir-se?
Apesar da dificuldade de proteger-se do jammer, há algumas possibilidades. Uma delas, é trabalhar com sistemas diferentes de rastreamento. Você pode utilizar, por exemplo, um sistema GPS e outro via rádio.
Como trabalham em frequências muito distintas, é improvável que um jammer impeça o funcionamento de ambos. Por óbvio, isso não torna seu veículo totalmente imune a qualquer dispositivo que gere o problema, mas certamente diminui as chances de sucesso do roubo.
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