Embora o Nissan Leaf não seja um nome tão familiar no mercado brasileiro, como o Toyota Prius, que possui um marketing muito mais icônico de maneira global – principalmente por sua inserção em filmes e seriados de televisão – o japonês pode ser o elétrico mais viável do país em breve.
Na verdade, alguns poucos modelos do carro já circulam pelo Rio de Janeiro e por São Paulo, em táxis e em modelos de demonstração, disponibilizadas através de um programa de incentivo protagonizado pela Nissan para mostrar que o seu elétrico é uma opção interessante para o trânsito brasileiro.
Na verdade, o Nissan Leaf pode ser interessante de verdade, mas ainda depende de uma melhor regulamentação das taxas de importação para veículos elétricos. Atualmente, não há categoria específica, o que dificulta isenção de impostos para incentivo e torna o modelo final muito caro para o mercado.
Até lá, nos resta conhecer o modelo e torcer para sua introdução no mercado nacional.
O elétrico mais vendido do mundo
Somando-se o mercado japonês e o mercado dos EUA, quase 200 mil Nissan Leaf foram vendidos desde 2010, quando entrou em circulação. O que isso significa? Mais modelos Leaf vendidos do que todos os Toyota Prius e do que o Chevrolet Volt somados, apesar de toda a badalação em torno do Prius.
Outra diferença: Volt e Prius são modelos híbridos – já o Leaf, é 100% elétrico. Isso quer dizer que ele é um elétrico puro sangue capaz de vender bem no mercado e estar em circulação sem maiores dores de cabeça.
Ficha técnica
É curioso o quanto o fato de um veículo ser elétrico faz com que nos preocupemos com sua autonomia de maneira instantânea, como se alguma vez o mercado levasse em consideração a autonomia total de um tanque de gasolina.
O motivo é simples: nem sempre o mercado leva fé na possibilidade de os elétricos serem tão recebidos quanto os carros movidos a combustível, o que nos faz duvidar da disponibilidade de tomadas para carregamento das baterias em muitos locais.
Segundo a Nissan, o conjunto de baterias 100% carregado pode movimentar o carro por cerca de 160 quilômetros. Segundo os usuários, o número real baixa para cerca de 100. É necessário considerar que esta autonomia pode variar muito, de acordo com a utilização (como veremos na seção seguinte).
Os outros números são bastante adequados para o uso urbano: 110 cavalos de potência para um carro de quase uma tonelada e meia, o que gera uma aceleração de 0 a 100 em 11,9 segundos, e velocidade máxima de 145 km/h.
A bateria pode levar entre seis e oito horas para estar 100% carregada, embora um carregador especial (vendido à parte) tenha a capacidade de carregar até 80% do conjunto em apenas 20 minutos.
Andando e… carregando?
Um dos sistemas mais interessantes e empolgantes do Nissan Leaf é o sistema de efeitos KERS, que ocorre quando o carro está em movimento, mas não está sendo acelerado nem freado.
Nestas situações, ao invés de o motor fazer força para o pneu girar, o giro do pneu ativa o motor, o que faz com que o carro gere energia, ao invés de gastá-la, fazendo com que as baterias sejam recarregadas.
Isso dá ao Nissan Leaf uma dinâmica singular de direção que, somada ao fato de o motor não produzir praticamente nenhum barulho, torna o carro algo novo, no que diz respeito ao simples hábito de dirigir.
Possibilidade de produção nacional
Segundo o que é comentado no mercado nacional há alguns anos, há interesse de que o Nissan Leaf seja vendido e, eventualmente, produzido no Brasil, desde que seja aprovada a isenção de alguns impostos para veículos “verdes” no país.
Neste caso (e com o prazo já apertado), o modelo entraria no mercado nacional em 2017 e teria previsão de produção nacional em 2020. No mercado norte-americano, o Nissan Leaf é vendido por pouco menos de 30 mil dólares.
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