O Fiat 147 ainda pode ser visto pelas ruas e garagens e sempre se pode ouvir uma boa história relacionada ao modelo dos motoristas mais antigos que o tiveram. O carro fez sucesso por ser acessível e econômico após sua compra, sendo o primeiro veículo de passeio do país a ser produzido com a opção de álcool como combustível – em plena crise mundial do petróleo, em 1979.
Fazendo e criando história entre todos aqueles que o utilizaram, o Fiat 147 durou apenas 10 anos em produção no mercado brasileiro, mas certamente marcou muitas pessoas em sua trajetória.
Origem europeia
O Fiat 147 tem a história típica de carros incentivados para ter sua produção nacional através de acordos governamentais: com uma série de incentivos, a montadora italiana escolheu um de seus modelos de grande sucesso para adaptar e transformar em um veículo brasileiro.
O escolhido foi o 127, que viria a vender mais de meio milhão de cópias em 1975, sendo o veículo mais vendido do continente europeu no período. Para isso, seria aberta a fábrica da Fiat em Minas Gerais, com a intenção de produzir uma versão adaptada e um pouco mais potente que a europeia.
Assim surgiu o Fiat 147, vendido como “um carrão pequeno”.
Lançamento no Brasil e mecânica
O modelo tinha a difícil tarefa de enfrentar concorrentes poderosos no mercado brasileiro, como o Fusca, o Chevette e a Brasília, cada um deles com volumes impressionantes de vendas.
Com potência relativamente tímida (embora não fosse necessariamente fraca), mas com tecnologia mais avançada que a maioria de seus concorrentes (em especial, o VW), conseguia uma performance semelhante aos outros carros da época, mas com uma eficiência maior no que diz respeito ao consumo de combustível.
Era, na prática, um carro movido a um propulsor 1.0 que não fazia feio com seus concorrentes 1.4 e 1.6, e ainda oferecia uma significativa economia de combustível. Parte disso se dava pelo peso baixo e dimensões reduzidas.
Estas dimensões, aliás, embora pareçam vantajosas sob uma perspectiva atual, foram um problema para as vendas do Fiat 147 no início de sua história. Somavam-se a isso alguns problemas mecânicos iniciais que rapidamente foram corrigidos.
Espaço bem aproveitado
A primeira barreira do Fiat 147 para alavancar suas vendas foi demonstrar que – apesar das dimensões reduzidas – ele oferecia bom espaço interno.
Quase que como um truque mágico, a Fiat conseguiu organizar o layout interno do carro colocando o volante disposto em uma posição mais vertical do que outros veículos e os assoalhos traseiros em ângulos mais retos, liberando espaço.
Além disso, o estepe junto ao motor oferecia mais área livre, liberando um porta malas de espaço bastante razoável na traseira.
Derivados
Um dos grandes demonstrativos de sucesso do Fiat 147 é a grande quantidade de modelos derivados dele – foi o primeiro carro brasileiro a ter uma linha completa de carros de passeio, além da própria versão original, que eram:
- O hatch, sendo o Fiat Spazio um monovolume hatchback um pouco diferente do seu modelo original;
- O sedã compacto, lançado apenas em 1983 e descontinuado em 1985, com o nome de Fiat Oggi;
- A perua, chamada de Panorama, que começou a ser produzida em 1980 e só se aposentou junto ao Fiat 147, em 1986;
- A pequena picape, chamada de Fiorino em seu auge, mas inicialmente conhecida como Fiat City.
Aposentadoria
Após anos de vendas e bastante sucesso para a marca italiana no Brasil, o Fiat 147 viu iniciar seu processo de descontinuidade com o anúncio de uma nova linha de compactos, quando Fiat Uno foi lançado em 1984.
Mais moderno, mais espaçoso e parte da linha global da fabricante, era difícil manter-se sem uma atualização, e o pequeno carrão parou de ser produzido no ano de 1986, dois anos após a chegada do seu sucessor no mercado.
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