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Dirigir na banguela economiza combustível?

O hábito de dirigir na banguela é uma herança já antiga daquilo que os motoristas diziam ser a capacidade de “dirigir no braço”. Assim como arrancar em descidas e aproveitar-se de outros fatores relacionados à mecânica e ao ambiente, são técnicas desenvolvidas há algum tempo ao redor do mundo.

De forma mais específica, dirigir na banguela é uma técnica atribuída à economia de combustível e eficiência. Muitas pessoas, ainda hoje, utilizam a técnica como uma forma de poupar combustível.

Mas a técnica realmente auxilia a economizar combustível? Como o sistema de injeção eletrônica afetou a técnica, ao longo dos anos? Saiba essas e outras respostas, e entenda porque dirigir na banguela pode não ser tão vantajosos assim:

O que significa dirigir na banguela?

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Dirigir na banguela é uma associação da linguagem popular com as engrenagens de carros. Quando um veículo está em ponto morto, ou está desengrenado (com a embreagem totalmente pisada), os “dentes” das engrenagens não estão conectados. Isso significa que o motor está funcionando “sem os dentes”, o que é associado com a ideia de estar ”banguela”.

Por isso, dirigir na banguela quer dizer dirigir com o carro desengrenado, seja em ponto morto, seja através da ativação completa do pedal da embreagem. Em outras palavras, o veículo não está aproveitando o trabalho do motor. Na prática, está sendo movimentado pela inércia do veículo, resultante das movimentações anteriores.

Dirigir na banguela economiza combustível?

Um dos principais motivos pelos quais as pessoas recorrem à técnica, é a crença de que dirigir na banguela auxilia a economizar combustível. A ideia é bastante simples, e parece seguir certa lógica.

A ideia é que ao ativar este tipo de funcionamento do motor, o motorista deixa de exigir a liberação de potência. Assim, a força que movimenta o veículo é, simplesmente, a inércia do movimento que já ocorria.

Teoricamente, sem exigir potência, o motor consumiria menos combustível para realizar a movimentação do carro. Antigamente, quando os carros utilizavam carburador, isso era razoavelmente eficiente. Estes sistemas entravam no modo de trabalho de marcha lenta.

Atualmente, com a injeção eletrônica, a estratégia de marcha lenta é menos eficiente do que a estratégia cut-off. Ao “dirigir na banguela”, ele entra em marcha lenta. Por isso, na prática, a estratégia não gera nenhuma economia, nos carros mais modernos. Trata-se de um mito antigo, só aplicável em modelos com carburador.

Sistema cut-off e a marcha lenta

O que define a falta de benefícios da estratégia é a tipo de injeção de combustível. Atualmente, os sistemas de injeção eletrônica trabalham com “estratégias” de injeção. Entre as estratégias de diminuição de consumo, estão a de marcha lenta e a cut-off.

A estratégia de marcha lenta é a que ocorre em ponto morto, ou marchas desengrenadas. Em relação a uma movimento de aceleração, ela economiza, de fato, combustível – em algum nível.

Por outro lado, há a estratégia cut-off. Ela ocorre quando o acelerar não está sendo pisado, de forma automática. Como o próprio nome indica, o motor simplesmente não injeta combustível durante o cut-off. Isso significa que a economia é muito maior durante o período, em comparação à estratégia de marcha lenta.

É seguro dirigir na banguela?

Outra desvantagem da estratégia é a questão da segurança. Quando você dirige na banguela, está desengrenando as marchas do carro. Embora, por si só, o hábito não represente um risco, ele gera um problema adicional, decorrente de sua ativação.

Quando o veículo está no ponto morto, ou com o pedal da embreagem totalmente pisado, você automaticamente aumenta seu tempo de reação para qualquer situação no trânsito. Imagine uma situação onde é necessário reagir rapidamente no trânsito, como desviar de algum animal.

Com o veículo em alguma marcha específica, basta desviar, recorrendo plenamente à possibilidade de aceleração. Com o veículo em ponto neutro, você ainda precisa engatar alguma marcha para poder controlar totalmente o carro. Isso torna o controle muito mais difícil, colocando sua segurança em risco.

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