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Dirigir em ponto morto economiza gasolina?

Depois de o preço da gasolina ter ultrapassado a barreira dos 4 reais, os motoristas fazem o que podem para economizar, mas será que dirigir em ponto morto economiza gasolina? Essa é uma dúvida clássica entre motoristas e ela tem sua origem em tempos mais antigos. Contudo, convém ressaltar que isso não passa de um mito e, além disso, pode ser uma prática bem desvantajosa.

Em primeiro lugar, deve-se analisar o funcionamento mecânico dos carros hoje em dia para responder à pergunta em questão. Em segundo lugar, vale ressaltar os possíveis prejuízos que a famosa prática da “banguela” acarreta. Por fim, para os interessados em lei, ainda trazemos um extrato do Código de Trânsito Brasileiro, que prevê a prática em questão. Vamos analisar cada tópico na sequência.

Dirigir em ponto morto

Por que não?

Dirigir em ponto morto economiza gasolina? Ora, definitivamente não! A resposta para isso encontra-se na mecânica de funcionamento dos carros hoje em dia. Enquanto que os veículos, antigamente, contavam com o carburador para fazer a injeção de combustível no motor, hoje esse processo foi modificado. Os carros modernos contam com o sistema de injeção eletrônica, ou seja, um “computador” é responsável por essa função.

A inovação da injeção eletrônica veio para revolucionar e aperfeiçoar o uso dos combustíveis pelos motores, prevendo um melhor desempenho e gasto nos automóveis. Com esse sistema, mesmo que o carro esteja em ponto morto, o combustível segue sendo injetado no motor de forma a mantê-lo funcionando. Em outras palavras, dirigir em ponto morto economiza gasolina? Não, essa prática não faz diferença alguma em questão de gasto de combustível.

Pelo sistema de injeção eletrônica, só há de fato economia de combustível quando o carro está na quinta marcha, na qual se interpreta que o veículo esteja se movendo devido ao embalo no qual já se encontra. Contudo, dirigir em ponto morto pode levar a outras consequências, que é o que vamos abordar agora.

Perigos da prática

Se você já chegou a se perguntar “dirigir em ponto morto economiza gasolina? ”, isso não quer dizer que você é um gênio inovador, mas sim mais um que caiu num mito muito antigo. Essa prática não é recomendada pois, além de não ser efetiva em matéria de economia, ela traz consigo perigos muito consideráveis. Vamos abordá-los agora.

A primeira e mais óbvia é a perda de controle do veículo. Se você viaja muito já deve ter ouvido falar do freio motor. Pois bem, essa prática consiste em utilizar a própria rotação do motor para “segurar” o veículo, especialmente em declives. Nesse sentido, diminui-se a marcha para uma de menor rotação de forma que o veículo não irá desenvolver tanta velocidade nas descidas. Portanto, rodar com a marcha engatada é sempre a melhor opção.

Além disso, outros riscos são a perda de comunicação da roda com o motor, o desgaste excessivo dos freios do seu veículo, problemas na caixa de marchas (já que pode haver problemas de lubrificação), entre outros. Cada um desses prejuízos pode acarretar aquilo que menos se deseja: acidentes de trânsito.

O que a lei prevê?

Por fim, o que o nosso código de trânsito prevê sobre essa matéria? O código de Trânsito Brasileiro, no artigo 231, inciso IX, postula ser ilegal transitar com o veículo “desligado ou desengrenado, em declive”. Caso seja apurado que o condutor estivesse praticando tais atos, isso constitui infração média, acarreta uma multa e ainda resulta na retenção do veículo. O preço da multa para essa prática é de 85 reais e o condutor ainda pode perder 4 pontos na carteira.

Portanto: dirigir em ponto morto economiza gasolina? Claro que não! Além de não fazer diferença no consumo de combustível, a prática da banguela acarreta gastos extras totalmente desnecessários. Evite multas e riscos a sua integridade, e não caia mais nesse mito. Lembre-se: segurança não tem preço.

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