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Brasília: pequena, espaçosa e histórica

A Brasília foi um projeto 100% nacional, surgido no início dos anos 1970, que durou quase uma década em sua produção e atingiu um milhão de unidades fabricadas no Brasil antes de ser aposentada pela Volkswagen.

Espaçosa, acessível e com boa performance, o modelo buscava homenagear o conceito de modernidade e amplitude da cidade que o nomeava. Conheça mais sobre a Brasília e entenda qual é a importância do modelo para a história dos carros no país:

Um Fusca replanejado e brasileiro

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A proposta da Brasília – embora parecesse singela – era grandiosa e ousada. O substituto do carro que estabeleceu a montadora alemã no país e foi o grande responsável por seu crescimento, até então, seria fruto de um projeto totalmente brasileiro.

Mais do que isso, ele deveria utilizar o Fusca como base, mas apresentar um conceito totalmente diferente. Isso significava a mesma plataforma, mas mais espaço interno, performance aceitável para o período e experiência diferenciada de direção.

O resultado foi um visual moderno e atualizado, sem as linhas arredondadas tão marcantes no Fusca. A ideia, aliás, era precisamente contrária. A Brasília apresentava traços retos e o inverso das pequenas janelas do besouro, com vidros que formavam uma visão quase panorâmica do mundo exterior.

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Mais espaçoso e mais potente

Com suas linhas retas, a Brasília transformou o espaço reduzido do Fusca em um veículo de espaço interno generoso para os padrões da época, mesmo que suas dimensões não apresentassem uma diferença real, em parâmetros estruturais.

Além disso, o motor 1.6 apresentava uma diferença de performance relevante em relação ao seu irmão globalizado, que – aqui – só era vendido em 1,3 litros.

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Concorrência de peso

É óbvio que a Volkswagen não resolveu simplesmente lançar um veículo de dimensões parecidas, mas espaço e potência melhorados em relação ao Fusca. A estreia da Brasília ocorreu apenas um mês após o lançamento do carro que seria seu rival durante todo o período de fabricação: o Chevette.

Em meio a uma concorrência tão forte, o modelo precisou provar-se para vender mais de seis dígitos no mercado nacional em menos de dez anos. Quando o fez, mesmo utilizando-se de uma base mecânica consideravelmente ultrapassada, este passo foi um dos grandes definidores da relação entre o mercado brasileiro e a VW, que renderia muitos frutos para a montadora nos anos seguintes.

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Substituição de luxo

Qualquer modelo que venda mais de um milhão de unidades é um sucesso indiscutível. Além de atingir a marca em seus menos de dez anos de fabricação, a Brasília ainda o fez com um bônus de honra: era um carro nacional, que exportou mais de cem mil unidades, e foi capaz de realizar uma substituição bem sucedida do maior sucesso da VW.

Não bastasse o histórico de sucesso – mesmo com uma concorrência tão acirrada – a Brasília não seria simplesmente substituída por um carro qualquer. Pelo contrário: seu substituto seria o Gol 1.6, lançado em 1981.

Mesmo que a montadora ainda não soubesse, o Gol seria responsável por dar uma continuidade ao sucesso da categoria que nem mesmo a própria montadora poderia imaginar, na época. Outra surpresa era o fato de a substituição da Brasília pelo novo modelo só ter ocorrido após o lançamento da versão 1.6 – antes disso, os dois veículos chegaram a conviver, durante um ano.

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