No Brasil, estima-se que cerca de 50 milhões de bicicletas estejam em circulação com regularidade mínima para serem consideradas ativas – é uma média de uma bicicleta ativa para cada quatro brasileiros. Frente a um número tão significativo, entende-se a necessidade do Dia Nacional do Ciclista:

Os ciclistas estão entre os participantes do trânsito que mais sofrem da violência fatal em relação a todos os tipos de veículo. Por andarem a velocidades relevantes, em faixas que muitas vezes estão expostas aos carros e grandes veículos (especialmente em função da falta de ciclovias), eles correm riscos diariamente em seus trajetos.

19 de Agosto de 2006

No dia 19 de agosto de 2006, o ciclista e estudante de biologia Pedro Davison tornou-se mais uma vítima fatal do trânsito contra ciclistas, que acontece diariamente em todo país. O jovem estava a pouco tempo de completar sua graduação e as circunstâncias da morte revoltaram a comunidade de ciclistas do Distrito Federal.

Pedalando no Eixo Rodoviário do DF, em uma faixa onde a circulação de qualquer veículo automotor é proibida, Pedro foi atingido por um motorista que estava com a carteira de habilitação vencida. Além disso, o condutor fugiu sem dar assistência à vítima ou chamar autoridades para a prestação do socorro.

O incidente tornou-se icônico para a comunidade de ciclistas, embora esteja longe de ser uma história incomum. Por isso, o dia da morte de Pedro tornou-se um dia de lembrar a luta pelo respeito no trânsito e pela conscientização de motoristas e pilotos de todos os meios de transporte.

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Consolidação do Dia Nacional do Ciclista

O Dia Nacional do Ciclista foi criado em homenagem ao dia da morte de Pedro. A comunidade de ciclistas instalou uma bicicleta branca (nomeada de ghost bike) que é constantemente mantida no local do acidente, em constante memória ao estudante.

Logo, a comunidade reconheceu o dia 19 de agosto como o Dia Nacional do Ciclista. Há, no congresso brasileiro, um projeto que busca reconhecer oficialmente a data como uma forma de celebrar o respeito e a segurança no trânsito.

O marco histórico do Dia Nacional do Ciclista

Pedro, além de todo o seu futuro que estava prestes a iniciar uma nova etapa através do término da graduação, deixou uma jovem filha junto à sua família. Apenas quatro anos após a tragédia, em 2010, o motorista foi condenado por homicídio com dolo eventual – que significa que não foi um acidente propriamente dito.

Em outras palavras, dolo eventual indica que, ao assumir o volante com a carteira de habilitação vencida, em uma via proibida para carros, o condutor compactuou com a possibilidade de eventualmente matar alguém em seu caminho, e esta é uma decisão consciente que não pode ser entendida como acidental.

Foi a primeira vez que uma ocorrência deste tipo, vitimando um ciclista, resultou em tal condenação, junto ao pagamento de uma multa em dinheiro para a família do ciclista, uma pensão para a filha e as despesas gastas no funeral.  Além disso, o motoristas recebeu a pena coercitiva de seis anos de prisão em regime semiaberto.

Da tragédia ocorrida com Pedro surgiu uma nova esperança de conscientização em relação à segurança dos ciclistas, que culmina, hoje, no Dia Nacional do Ciclista.